Resultados concretos em cenário de “caos” fonográfico

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Resultados concretos em cenário de “caos” fonográfico

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Foi-se a primeira década do século XXI, e percebe-se que o mercado musical ainda busca alternativas para se adaptar às mudanças surgidas desde o final do século passado, responsáveis pelo declínio de um homogêneo modelo de negócio consolidado pela indústria fonográfica. Se até em um passado recente era bastante clara a forma como a música era escoada como bem de consumo para um mercado consumidor definido, o que se vê ao início de 2011 é a sensação de instabilidade ainda calcada na busca de modelos substitutos que possam solucionar muitos dos obstáculos encontrados em virtude das mudanças vistas.

Nos últimos anos, observou-se o surgimento de algumas iniciativas inovadoras que buscam criar novas alternativas para o desenvolvimento da cadeia produtiva da música. Uma banda que tem obtido resultados concretos com a implementação de estratégias de trabalho que utilizam como base as tecnologias disponíveis é a banda carioca Forfun. Esse conjunto, que vem conquistando cada vez mais seguidores pelo Brasil, realiza sua divulgação exclusivamente na internet e possui sua própria estrutura de trabalho, formada por profissionais de diferentes áreas, como especialistas em marketing digital, técnicos, produtores e o empresário, Marcos Sketch.

Danilo Cutrim, vocalista da banda, em entrevista pessoal para meu livro Música e tecnologia: um novo tempo, apesar dos perigos, comentou sua estrutura de trabalho: “Montamos uma gravadora que é nossa, com outros padrões financeiros e com outras crenças também”. É importante frisar que a receita obtida com as apresentações da banda viabiliza essa estrutura de trabalho: “A gente faz um fundo e dele sai tudo: assessoria de imprensa, assessoria de TV, etc”.

Atualmente, enquanto a Forfun prepara o lançamento de seu novo disco, seu empresário Marcos Sketch realizou um balanço dos resultados obtidos com o último disco da banda, o Polisenso, disponibilizado para download gratuito no site oficial. Ele defende que “por mais que soubesse que o disco fosse parar de qualquer forma em mp3 na internet, acho que a oficialização do download (gratuito) permitiu uma disseminação mais rápida e ainda maior. O alcance que o disco teve com o ‘download oficializado’ fez o som da banda chegar a pessoas e lugares que não chegaria se fosse feito de qualquer outra forma”.

Sketch relatou que no período de dois anos foram contabilizados 700 mil downloads do disco inteiro, baixado diretamente no site oficial da banda, e acredita que, além desses downloads oficiais, por meio da divulgação boca a boca feita pelos fãs e das redes de compartilhamento, o álbum tenha chegado à mão de mais de um milhão de ouvintes. E ressaltou, ainda, que nesses dois anos de trabalho com o Polisenso, a banda obteve a maior receita de toda sua carreira, fez a maior quantidade de shows/ano e tocou em dezenas de cidades por onde a banda nunca havia tocado.

Com isso, podemos ver que já existem iniciativas bem sucedidas no Brasil. Acredito que o nicho do mercado musical jovem, também chamado de teen, esteja ajudando a reescrever as diretrizes do mercado musical brasileiro, pois vemos que estratégias similares às adotadas pela Forfun vêm atingindo resultados bastante promissores.

Colunista Leo MorelLeo Morel é baterista, percussionista da cena musical carioca e autor do livro Música e tecnologia: um novo tempo, apesar dos perigos. Para conhecer o livro e demais informações acesse http://musicaetecnologia.net/, ou e-mail para leomorel@musicaetecnologia.net.

2011-01-05T21:11:44+00:00 Janeiro 5th, 2011|Categories: Mídias Musicais|

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2 Comments

  1. Sergio Janeiro 6, 2011 at 8:00 am - Reply

    Eu acho que há muitas formas de se ganhar dinheiro com a música. E não é vendendo a música em si. Os gringos estão fazendo isso o tempo todo, só nos resta observar e aprender.

  2. […] This post was mentioned on Twitter by Rafael Cavalcanti. Rafael Cavalcanti said: RT @Overdubbing: Novos modelos d negócio na #música: #download gratuito pode ser considerado 1 #estratégia válida? http://fb.me/ReaC4f8x […]

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