Que o MySpace se tornou uma febre entre as bandas independentes (e algumas dependentes) isso todo mundo já sabe. Uma espécie de sobrenome indispensável, que está no DNA de artistas que querem levar seus trabalhos aos quatro cantos do mundo. Nem preciso repetir “que a internet é um espaço democrático, abrangente e blá, blá, blá….”. Entretanto, o Skank está indo além das fronteiras do trivial, alçando vôos altos na busca por mais interatividade com o seu público, seja pela rede ou celular.
Em outubro, os músicos mineiros deram a partida em uma série de ações, algumas pioneiras no país, em parceria com a Aorta Entretenimento. A primeira delas foi a estréia, no site da banda, da Skank Webrádio, que conta com uma programação própria, 24 horas por dia, sete dias por semana. No repertório, músicas do novo álbum e outros sucessos do Skank, incluindo versões exclusivas, faixas de shows inéditos em festivais europeus e o som de outros artistas que a banda curte.
Mas o quarteto não parou por aí. Para aumentar a interatividade com seus fãs, o grupo traz ao longo da turnê Estandarte o Vote no Bis, recurso bem interessante que permite, a cada show, o público votar via SMS na música que gostaria de ouvir no bis. Antes do início de cada apresentação, aparecem três músicas no telão, sendo que a mais votada será tocada pela banda no final do show. Simples como o vento!
No pacote de interatividades ainda está incluso um quiz SMS, com perguntas sobre a banda, e o Notícias SMS, um canal exclusivo, em âmbito nacional, com as últimas novidades do Skank. Para receber informações sobre shows, lançamentos, premiações e participação em programas, basta enviar, de um celular de qualquer operadora, um torpedo com a palavra SKANK para o número 50020. Vale lembrar que os shows de estréia no Rio e São Paulo serão transmitidos na íntegra, e em tempo real, via celular para
Bem, mas o objetivo aqui é o áudio e é nele que vou focar. Se você tem uma banda independente, criar uma rádio online pode ser um ótimo passo para sair do lugar comum das conhecidas playlists (sem desmerecer o MySpace, claro) e ganhar mais identidade com o seu público. Sendo assim, leia com atenção o breve papo que tive com Gustavo Ziller, sócio e diretor de Novos Negócios da Aorta, que participou da equipe que lançou a Oi FM, no Rio e em São Paulo, e a webrádio do Skank. O que não falta é dica!
Por que a Skank Webrádio é considerada inédita?
É a primeira vez que uma banda do porte do Skank decide criar um modelo de comunicação com esse nível de sofisticação tecnológica e, principalmente, de gestão artística. Uma webrádio pode e deve ser uma rádio completa. Com grade e plástica de rádio de verdade. No caso do Skank, ela conta com programas jornalísticos, agenda, cds comentados, shows históricos, etc. Ficamos atentos ao cuidado estético relativo às vinhetas e chamadas, ajudando a construir um ambiente editorial em que a identidade da marca Skank se revelasse com riqueza. O ouvinte percebe que tem gente do outro lado, que a temperatura é diferente. Isso torna essa webrádio inédita. A Aorta vem exercitando fortemente essa tendência nos últimos quatro anos, com o lançamento da OiFM, da qual fazemos a gestão artística.
O que diferencia tecnologicamente essa webrádio de outras já existentes?
Apesar do streaming não ser algo novo na internet, a webrádio do Skank utiliza a plataforma da Aorta chamada PlayMe, que une três pontos com o que há de mais avançado no desenvolvimento web. São eles: um servidor de programação, onde especialistas da Aorta trabalham o conteúdo musical; um servidor de streaming, em que o áudio é preparado para receber vários usuários simultâneos; e um servidor do player, que trata da interface do usuário. No melhor estilo web 2.0, o fã interage dando notas para as músicas e a programação da rádio vai sendo adaptada ao feedback do público.
Além disso, o servidor que comporta o PlayMe provê uma série de serviços para o player, esteja ele na web ou no celular. Entre eles, estão todas as informações sobre a música, álbum, artista; interações entre usuários por meio de comentários; interatividades pelo celular; downloads de músicas, ringtones ou papéis de parede; e tudo relacionado à rádio ou à música que está tocando.
Quais conselhos você dá para a banda, ou artista, que queira criar sua própria webrádio?
Não é um bicho de sete cabeças criar uma webrádio caseira. Basta um software para gerar o áudio e outro para codificá-lo em streaming. Vários sites dizem ter rádios, mas nos bastidores, de fato, o que há é um playlist randômico, sem interface nenhuma com o internauta ou interatividade de verdade, simplesmente uma programação contínua, sem edição artística. Para você ter uma idéia do tamanho desse mercado, a Oi FM chega a ter mais de 500 mil ouvintes únicos no mês. Nas rádios do Mundo Oi, sob resposabilidade da Aorta, o tempo médio de uso do internauta é de 17 minutos. Os números serão parecidos na webrádio Skank.
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