Há cerca de nove anos, quando acompanhava as gravações da banda de um primo no estúdio do Ricardo Feghali, tecladista do Roupa Nova, ouvi uma frase que não esqueço nunca. “Uma fonte sonora bem captada é 90% para conseguir ótimos resultados em uma gravação”. Estas palavras vieram do próprio Feghali, que à época pilotava um Pro Tools LE a bordo de um MAC G4. Alguns profissionais mais radicais até abominam, em alguns casos, os equalizadores em prol de um som mais orgânico. Fruto, claro, de uma boa captação. Durante a semana passada, revirando minha minibiblioteca, que venho tentando aumentar aos poucos, separei alguns livros que ainda não tive a chance de ler, seja pela falta de tempo, ou mesmo de situações para aplicar determinado assunto na vida real.
Pois bem, eis que comecei a ler um livro chamado Microfones – Tecnologia e Aplicação (à esquerda), publicado pela editora Áudio Música e Tecnologia, cujo autor é ninguém menos que o guru em acústica e engenheiro eletrônico Sólon do Valle (leia aqui a entrevista que ele concedeu ao Overdubbing, em 2008). Em 120 páginas, o autor explica, com uma linguagem bem didática, os diversos tipos de microfones existentes no mercado, seus conceitos técnicos e aplicações. Com destaque aos microfones de fita e – creiam – aos movidos a carvão, Sólon faz uma viagem no tempo, apresentando a evolução de um dos itens mais importantes do mundo do áudio, e que permitiu a revolução dos meios de comunicação.
Estou quase acabando a leitura, mas posso, de antemão, indicar este livro, que está na sua segunda edição, para a seção Dicas de Leitura aqui do blog. Ou seja, páginas obrigatórias para quem busca informações sobre microfones, captação (incluindo estéreo e surround, por exemplo), além de dicas sobre a utilização de softwares para restauração de áudio. Reforçando a importância desta obra, o autor lembra que “uma captação de som mal feita dificilmente pode ser reparada por meios eletrônicos, mesmo usando sofisticados processadores ou softwares. Por outro lado, se a captação é bem feita, em muitos casos nada será preciso acrescentar ao material”. Alguém discorda?
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