Feira de música da Califórnia reúne 1500 empresas de todo o mundo e aponta potencial brasileiro de exportação no setor
Anaheim, Califórnia – Para os amantes de música e tecnologia, participar da feira de música da Califórnia, mais conhecida como The Namm Show (The National Association of Music Merchants), é estar em contato direto com o que há de mais moderno na indústria musical. O evento, realizado este ano entre os dias 13 e 16 de janeiro, reuniu em Anaheim cerca de 90 mil visitantes, entre profissionais do setor, jornalistas e músicos convidados. Além disso, contou com aproximadamente 1500 empresas de mais de cem países, incluindo o Brasil, que movimentam anualmente, segundo dados da Namm, U$17 bilhões em negócios. Nos estandes, quase 20 mil produtos em exposição apontaram as tendências em áudio, tecnologia e instrumentos musicais que futuramente habitarão as prateleiras das lojas do mundo todo.
Estande da Anafima: ponto de encontro das empresas nacionais na Namm 2011
Mas como tornar eventos fora do país uma engrenagem ativa para aquecer as exportações? Antes de tudo, é preciso lembrar que, dentre outras atividades comerciais, as feiras internacionais significam sim chances reais para as empresa brasileiras de pescar o comprador estrangeiro. Com essa finalidade, a Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais e Áudio – Anafima (acima, o estande da associação na Namm), com o apoio da Agência de Promoção às Exportações (APEX), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo brasileiro, representou nove empresas nacionais no evento. São elas a Alba e Liverpool (baquetas), Octagon (pratos para bateria), Gianinni (instrumentos de corda), Musical Izzo (percussão), Meteoro Amplificadores, NIG (pedais para guitarra), Santo Angelo (cabos e assessórios para instrumentos) e RMV (bateria).
Segundo Anselmo Rampazzo, presidente da entidade, e diretor da RMV, a importância de participar da Namm está diretamente ligada à visibilidade do país no mercado internacional. “A Anafima vem fazendo um forte trabalho para que o Brasil possa exportar seus instrumentos musicais, que se diferenciam não só pela qualidade das matérias primas utilizadas, mas também pelo seu processo de fabricação”, explica o presidente. Ele lembra, ainda, que outro fator importante ao aquecimento do mercado interno está no fato de 2011 ser o último dos três anos para que as escolas públicas e privadas de todo o país adaptem à lei federal que determina o retorno da música como disciplina obrigatória no currículo.
Rogério Raso, diretor da Anafima e CEO da Santo Angelo (assista ao vídeo da visita do Overdubbing à fábrica), enfatiza que tão importante quanto exportar a cultura brasileira é divulgar a produção nacional no exterior, fazendo com que os instrumentos fabricados no país sejam também reconhecidos fora dele. “O mundo inteiro conhece a música brasileira, os músicos, mas pouco da nossa indústria musical. A missão na Namm foi a de justamente mostrar que temos competência para fabricar instrumentos musicais e acessórios de qualidade”, conclui Rogério. Confira a participação da Anafima na Namm 2010.
A MECÂNICA DAS EXPORTAÇÕES
Rogério Raso e Marcelo Segatti comemoram atuação do Brasil no evento
Segundo explica Marcelo Segatti (acima e à direita), gerente de negócios da Anafima, a principal bandeira da Associação é defender os interesses dos empresários brasileiros, proporcionando às empresas a adoção das melhores práticas para atuar no mercado. Ou seja, como ele mesmo cita, “divulgar a marca Brasil”. Marcelo lembra que participar de uma feira internacional não é tarefa simples, e a função da Anafima é o de justamente expor as marcas nacionais, possibilitando o contato direto com distribuidores de outros países.
“Alguns fabricantes nacionais têm bastante tradição no mercado de instrumentos, porém outros estão iniciando nesse segmento internacional. É aí que a Anafima entra, com apoio da Apex, agência do governo brasileiro focada em exportações, proporcionando a essas empresas facilidades de atingir o mercado externo. Na Namm, nosso principal foco foi o mercado americano, mas sempre voltado para a América Latina também”, destaca o gerente.
EMPRESAS ESTREANTES NA NAMM
Para empresárias como Nádia Cristiane (à esquerda), diretora da Octagon (fabricante de pratos), a Namm serviu como um laboratório para debutar a empresa no mercado americano, já que é a segunda vez que a marca participa de uma feira internacional. “Ta sendo tudo muito novo, e é extremamente válida a oportunidade de mostrar nosso produto em um país que até então não nos conhecia. Nossos pratos de bateria têm um apelo visual bem diferente, sendo uma novidade fora do Brasil e atraindo bastante a atenção de distribuidores e lojistas estrangeiros. E nisso, o apoio da Anafima está sendo fundamental nesses primeiros passos, visto que podemos contar com a ajuda de profissionais com mais experiência no mercado internacional”, explica Nádia, que comemora em 2011 os 25 anos da sua empresa.
Participando também pela primeira vez da Namm Show, João Roberto (à direita), diretor das baquetas Alba, lembra que estar presente em feiras internacionais foi determinante para que a fabricante hoje distribua seus produtos para outros sete países. “Já participamos da Musikmesse, em Frankfurt, e lá conseguimos abrir ótimas portas. A Baquetas Alba é uma empresa com sete anos de existência, e, desde o início, partimos do conceito de desenvolver um produto diferenciado no mercado, visto que temos grandes fabricantes nacionais nesse setor. Nesse ponto, as feiras internacionais nos abrem novos horizontes. Estamos a caminho da Musikmesse 2011 e esperando realizar novos negócios”, conclui Roberto.
O The Namm Show 2012 acontece no mesmo local, entre os dias 19 e 22 de janeiro.
Para saber mais sobre a Anafima, acesse o site da entidade em www.anafima.com.br, ou visite sua página na rede social Facebook no endereço www.facebook.com/anafima.
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Muito boa a matéria. É muito importante este tipo de trabalho para que o governo brasileiro abra os olhos para o ramo da música, onde ainda se encontra muita dificuldade para fabricação de certos itens, devido à alta tributação de peças importadas que ainda não são fabricadas por aqui.
Parabéns ao site por promover matérias quenão lemos por aí! Como o Sergio disse, é importante que o Governo veja com mais carinho nossos fabricantes de instrumentos musicais. Parabéns também à Anafima por fazer um trabalho, que ao meu ver parace incansável, importante ao nosso mercado! Abraços, Silvio!
Como já dizia meu velho avô… quem planta batata não pode colher cenoura! Essa entidade Anafima está plantando bons frutos com novas empresas no exterior!! O resultado pode até demorar, mas vem! Agora, cadê o apoio aos intrumentos feitos à mão??? Eles não merecem estar na virtrine tb??? BJs e parabéns ao site, que está cada dia melhor!
Em épocas de “China engole tudo e a todos”, iniciativas como essas nos fazem ter um pouco de esperança na humanidade e no setor de instrumentos musicais…hehehehe!
Tive a oportunidade de presenciar nos EUA o trabalho da Anafima e posso afirmar que o projeto concebido pela associação prevê construir a imagem do país no exterior de forma sólida no ramo dos instrumentos musicais. Certamente que o trabalho não é fácil, algo a longo prazo, e requer outros fatores, mas é um caminho importante que está se abrindo. Abs!