Realizada entre os dias 06 e 09 de abril, na Alemanha, a Musikmesse pode ser considerada a maior feira do mundo da indústria da música. Fabricantes de todas as partes do planeta se reúnem em Frankfurt para o lançamento das últimas tendências do mercado de áudio e instrumentos musicais (confira as coberturas de feiras nacionais e internacionais do Overdubbing). O Brasil também se fez presente no evento por meio da Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais e Áudio (Anafima), com a participação de sete empresas nacionais. São elas a Alba (baquetas), Octagon e Izzo Musical (percussão), Meteoro (amplificadores), RMV e Odery (percussão e bateria) e a Santo Angelo (cabos e acessórios). Para entender um pouco melhor como funciona a engrenagem que movimenta a participação brasileira em um megaevento internacional, conversamos com Rogério Raso e Marcelo Segatti, respectivamente diretor financeiro e gerente de projetos da Anafima.
Quantas vezes a Anafima já participou da Musikmesse?
Rogério: Essa é a 4ª participação da atual gestão da Anafima. Na verdade, empresas brasileiras do setor já participam desse evento há muitos anos, como a Giannini e a Weril. Com a mudança de foco e o reconhecimento dos instrumentos brasileiros de percussão, incluindo a forte presença de pequenas e médias empresas, a Anafima, contando com o apoio da Apex, vem permitindo que novas empresas se apresentem de forma consistente e profissional há quatro edições da Musikmesse.
Como se deu o trabalho da Anafima na Alemanha?
Marcelo: Da mesma maneira que nos últimos anos, buscamos a melhor opção para as empresas interessadas em participar desse evento. Foi alugado um espaço no pavilhão 3 da Messe Frankfurt, tradicionalmente dirigido para instrumentos de bateria e percussão, e lá montado um estande conjunto com as empresas nacionais. Com estandes em formato “clean”, este ano conseguimos mostrar, com coerência e competência, os destaques dos produtos brasileiros.
Quais são os objetivos da Anafima em participar da feira?
Rogério: Estamos no estágio de consolidar a marca Brasil, não só em instrumentos musicais, mas também como música, cultura e turismo. Tanto é que a passagem entre os estandes foi decorada com motivos que lembram a famosa “calçada de Copacabana”, com suas curvas características. Nosso objetivo não era somente vender instrumentos, mas também a forma brasileira de tocá-los, algo impossível de copiar pelos demais concorrentes internacionais. Sabemos que é muito difícil avaliar, mas, certamente, muitos que visitaram o estande Anafima se interessaram em conhecer o Brasil e a sua exuberante cultura musical.
Para o Brasil, qual é a importância em participar da Musikmesse?
Rogério: A Musikmesse é a maior vitrine mundial de negócios no setor de instrumentos musicais e áudio. Lá estão presentes todos os grandes fabricantes mundiais e, sem dúvida, é a melhor oportunidade de visualização de nossas empresas e produtos no comércio exterior em geral. Especificamente para o mercado americano, a Anafima tem levado os mesmo conceitos para a NAMM, feira similar, que acorre sempre no mês de janeiro nos EUA.
Como a associação vem trabalhando a imagem da indústria da música brasileira no mercado externo?
Rogério: Procuramos mostrar que a qualidade da música brasileira e dos instrumentos nacionais é muito grande, devido, na maior parte, ao cuidado na fabricação, feita praticamente de forma artesanal e totalmente customizada para o consumidor. A produção manual em escala reduzida possui diferenciais que não se encontra na China, por exemplo, ou em outros países produtores. O contraponto tecnológico do estande foram os produtos Green Connections apresentados pela Santo Ângelo, empresa certificada e orientada para a sustentabilidade do Meio Ambiente. Assim, mostramos uma imagem moderna e, ao mesmo tempo, artesanal do nosso setor, contribuindo para a visão geral altamente confiável de toda a indústria brasileira.
Como foi a representatividade da Apex nesta edição da feira?
Marcelo: Este ano, a Apex enviou o seu gestor de projetos Bruno Amado, que participa pela segunda vez da feira. Na ocasião, ele comentou sobre a melhoria na apresentação visual dos estandes da Anafima, do que podemos chamar de pavilhão Brasileiro. Além disso, o gestor também se mostrou muito animado com os novos projetos que serão apresentados oficialmente a Apex no próximo Projeto do Setor de Instrumentos Musicais e Áudio.
Quais foram os números da Musikmesse 2011 para a Anafima?
Rogério: Os números ainda não são oficiais, mas estimamos um crescimento de 15% nas exportações das empresas presentes em relação ao último ano. Comércio internacional, principalmente no setor de instrumentos musicais, depende muito da confiança entre os envolvidos, sendo que a presença constante é fundamental para a construção dessa relação. Sem falar que a inovação das empresas brasileiras, como as baquetas “escalopadas” da Alba, os pratos inéditos de percussão da Octagon, a bateria acústica com efeitos eletrônicos da RMV, a diversificação dos produtos Izzo e Odery, além dos cabos Vintage da Santo Angelo, acabaram surpreendendo todos os visitantes, internacionais e brasilerios que compareceram ao evento.
Legal ver o trabalho do pessoal daqui, tendo seu espaço conquistado aos poucos lá fora! parabéns pela matéria!