Sonhos de um Produtor

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Sonhos de um Produtor

É grande a expectativa, entre os que estão chegando agora ao mercado profissional da música, por uma oportunidade como produtor musical. Recebo e-mails e muitas perguntas sobre o assunto desde “como fazer para entrar no mercado?” até “você não poderia me arranjar um estágio aí em seu estúdio”, passando, naturalmente, por “o que é importante saber para ser produtor e ganhar a vida assim”?

Tudo isso me faz lembrar quando largava a música erudita há mais de 30 anos para tentar a vida profissional na música popular e, principalmente, a parte de composição que sempre foi o que mais me atraiu na música: a possibilidade de ter uma “voz” própria. Ao me encontrar com um pianista mais ou menos da mesma idade que eu, mas que já estava em gigs profissionais importantes na época, perguntei como poderia fazer para conseguir um trabalho e o cara me respondeu: “vai aparecer a qualquer momento, esteja preparado e faça o melhor que puder”.

Fiquei decepcionadíssimo com essa resposta, pois esperava pelo menos que ele anotasse meu telefone ou me passasse algum contato. Depois de algumas semanas, comecei a ver que ele estava certo e agora, décadas depois, repito o mesmo conselho para os aspirantes a produtor, ou mesmo produtores musicais que desejam se firmar no mercado e eventualmente estejam lendo essas linhas: o mais natural é que o profissional se torne produtor e não comece com essa função.

Mas afinal, o que faz esse cidadão? Compõe? Toca? Programa? Arranja? Grava? Faz mixagens? Masteriza? Marca horários de estúdios e músicos? Dá tapinhas nas costas de cantores e convida jornalistas para almoçar? Sim, leitor! E ainda: pode ter que atacar de baby sitter de cantor, ou diretor de filme, psicólogo de guitarristas com bloqueios para solos, ou eventual atendimento CVV para engenheiros de gravação estressados com as pressões do mercado de trabalho.

O que se espera, portanto, de um produtor musical é que ele faça a música acontecer para um disco, ou para uma trilha sonora, dentro do orçamento previsto e do prazo combinado, nas condições que lhe foram dadas.

Como o diretor de um filme, ou o maestro de uma orquestra, o produtor musical não deve fazer tudo sozinho e sua primeira missão sempre será escolher os profissionais adequados a cada trabalho que aceitar fazer. Uma escalação errada pode ter um preço altíssimo no decorrer de um trabalho!

Ninguém é tão bom que não precise de uma ajuda, nem ninguém é tão desprezível que não tenha algo a acrescentar para o bom andamento dos trabalhos.

Seguimos juntos.

Fernando Moura é pianista, compositor, arranjador e produtor de música e trilhas sonoras em atividade há mais de 30 anos. Saiba mais em www.myspace.com/fernandomoura.

2010-11-16T08:46:54+00:00 novembro 16th, 2010|Categories: Sonhos de um Produtor|

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3 Comments

  1. Sergio novembro 18, 2010 at 7:47 pm - Reply

    Grande Fernando Moura!!!
    Estreiou bem. Já quero ler o segundo texto!!!

  2. Gabriel Pinheiro novembro 19, 2010 at 9:45 am - Reply

    Grande Fernando!
    Como sempre mandando bem…

    Abraço!

    gabriel

  3. Fernando dezembro 27, 2010 at 9:08 am - Reply

    Valeu Gabriel!
    Feliz 2011

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