É com muita satisfação que começo essa seção aqui no Overdubbing para tratar dos temas relativos ao áudio e à produção musical no estúdio. Como todo mundo sabe, hoje em dia o processo de democratização da música já está bem adiantado e nessa onda se inclui uma tremenda facilidade para se fazer gravações caseiras ou em estúdios (já que o custo desses diminuiu assustadoramente). Entretanto, ainda falta um bocado de informações que ou não chegam com facilidade aos artistas ou são envolvidas e empoeiradas por uma nuvem de mitos que circunda o universo do áudio. E é pra isso que eu estou aqui!!! Não vou bancar uma de Myth Buster mas vou tratar desses assuntos que geram muita dúvida na cabeça dos artistas de acordo com a minha experiência e com a ajuda da vivência de outros colegas de profissão.
E pra começar, vamos ao que interessa: sua banda ensaiou durante um bom tempo e vocês acham que estão prontos para gravar. Mas aí vem aquelas dúvidas: que estúdio eu escolho? quanto custa? o que faz um produtor musical?
Hoje em dia, com diversas opções de divulgação gratuita da sua música como o MySpace, o Pure Volume, o Trama Virtual, o Oi Novo Som e até o Facebook, fica difícil entrar na parada sem uma gravação. Mas hoje em dia não há limites ou regras pra se chegar nesse reultado. Você pode lançar uma música (como antigamente se fazia com o single) ou pode lançar um EP contendo 4/5 músicas (e que antigamente significava Extended Play, um extensão de um álbum lançado anteriormente só que com menos músicas – alguns chamariam-nas de “sobras” de estúdio) ou ainda pode decidir fazer um álbum com 10/12 músicas. A primeira questão é: onde gravar? no estúdio ou em casa?
Isso vai depender de alguns fatores como o orçamento disponível pois, para se gravar em casa é necessário fazer a compra de alguns equipamentos. Além disso, vai ser preciso alguém com competências para gravar, mixar, masterizar e ainda por cima produzir o material. Calma! Não precisa se assustar. Qualquer um é capaz de fazer isso, desde que faça essa escolha conscientemente e busque as informações corretas (e aqui eu vou disponibilizar várias delas).
Mas antes, vamos entender o papel de cada um nesse processo:
* O produtor musical é o cara responsável por escutar de fora o trabalho, entender o objetivo e a sonoridade do artista e conseguir extrair dele o que ele tem de melhor. Além disso o produtor musical precisa estabelecer o link entre os técnicos que vão trabalhar no projeto e o artista. Não é regra, mas é bastante desejável que o produtor também entenda de gravação, mixagem e masterização, além é claro de ter um ótimo ouvido e um bom relacionamento com todos. Não é uma tarefa fácil, mas muitos produtores foram responsáveis por esculpirem grandes sucessos de vendas.
* O técnico de gravação é o especialista em captar o melhor som dos músicos. Precisa conhecer bem as técnicas de microfonação, além de saber operar as novas opções como os plugins simuladores de amplificação, instrumentos virtuais e etc.
* O técnico de mixagem tem um papel importantíssimo durante o processo: ele é responsável por criar a atmosfera da música e fazer com que a mensagem dela seja passada da melhor forma. Fazer o baixo e o bumbo trabalhar em conjunto, a caixa levar a música pra frente e as guitarras capricharem a parede que vai receber a voz do cantor(a) são algumas das habilidades do mixador.
* O técnico de masterização dá aquela guaribada final. Ele é responsável por polir a mixagem e trazer o brilho e volume que uma gravação profissional deve ter.
Hoje em dia, em muitos casos, o mesmo profissional desempenha vários desses papéis. Não é raro que o próprio artista se produza, grave e faça a mixagem do seu trabalho. Também é bastante comum o produtor de um disco fazer a gravação e a mixagem. E, menos comum (mas não raro), o mesmo profissional gravar, mixar e masterizar.
É claro que numa situação ideal ($$$) é desejável ter um produtor, um técnico de gravação, outro de mixagem e no final masterizar o disco em um estúdio próprio para isso (as técnicas são outras e os equipamentos também). Mas isso não vai impedir que você faça o seu trabalho, desde que faça bem as escolhas e use de forma correta o seu dinheiro disponível. É essencial que o produtor do disco seja uma pessoa em quem o artista confie e seja também um cara fácil de se relacionar. Já imaginou que coisa chata e criativamente bloqueante um produtor com quem você discute e briga o tempo inteiro dentro do estúdio? Não é saudável pros dois, não é saudável pro disco nem saudável pro bolso. Por isso, busque o histórico do seu produtor. Conheça outros trabalhos que ele realizou e, principalmente, sente e tenha uma boa conversa e veja se vocês se entendem. Falar a mesma língua é fundamental!!!
No próximo post vou esmiuçar o papel da produção musical na pré-produção e nos finalmentes do disco. Até lá!!!
Bacana o texto. As dicas são de grande valia para os que pretendem dar um passo adiante na gravação de um CD ou mesmo um EP.
Que venha a parte 2.
Abração.
Fala meu caro Sérgio!!!
Parabéns pela coluna!
A galera que está começando está precisando desses toques. Preciso destacar aqui que fiquei muito feliz em observar a sua linguagem proposta, direta sem blá blá! Ela está perfeita para as pessoas que não tem grandes conhecimentos técnicos. Parabéns!
Estarei sempre por aqui para relembrar e aprender também, sempre podemos aprender algo novo!
Estamos juntos grande!
Abração.
Parabéns pela debutância, Sergio! Parabéns também para o site, que agora tem mais um atacante de ofício na equipe titular para bater uma bola com a galera que vem ao site e correr pro abraço! Boa sorte e boas publicações!
Resumindo um pouco do meu ponto de vista rs
O produtor musical é aquele cara que vai juntar todos os músicos,botar num liquidificador e fazer uma salada de frutas , é o “volante” , aquele cara que vai buscar extrair de cada músico as suas qualidades e direciona-lo pra que sejam usadas em conjunto com cada um dos outros músicos para que no final a coisa realmente saia bem modelada!
Por isso é importante a sintonia entre o produtor e a banda! Senão , vc dá limões ao produtor e ele tenta fazer um suco de laranja hehe
Enfim , falei muito de frutas no meu comentário , mas acho que deu pra pegar o ponto de vista né.. hehe
Muito bom o post , aguardando os próximos!
Abraços!
Parabéns e sucesso na empreitada.
Ótimo texto para novatos no assunto.
abs.
Fala Sérgio! Primeiro parabéns pela coluna!!
Sou um desses que foram abarcados pela democratização dos processos de gravação e fico muito feliz com esse espaço onde posso encontrar material realmente útil e em linguagem acessível para quem, como eu, está dando os primeiros passos no assunto. Agora, fico esperando pelos próximos posts…
Abraços e bons sons.
[…] This post was mentioned on Twitter by Beto Sampaio and Beto Sampaio, Overdubbing. Overdubbing said: Produção musical. http://overdubbing.com.br/2010/08/30/minha-banda-esta-musicas-prontas-nos-queremos-gravar-fazemos-parte-1/ […]
E ai Serginho, na paz? Adorei sua primeira de várias matérias que você vai ainda irá postar no “OVER DUBBING”. Fiquei admirado com seu texto. Que talento. É de fácil entendimento, mesmo para os leigos, amadores, e profissionais da música, de como proceder num universo grandioso que envolve uma gravação. Bicho, continue assim, porquê o tempo é curto, e o rock sempre será pesado. Estou plugado e te acompanhando a partir de agora, neste maravilho espaço.
até a próxima…por aqui!!!
Parabéns pelo debut no Overdubbing, filho, você tem muita competência e experiência para transmitir, e principalmente ama o que faz. Tudo isso o credencia para a coluna. É a pessoa certa no lugar certo. Parabéns também para o André Iunes por ter lhe convidado a fazer parte do time. Com certeza vai agregar valor ao site. Sobre o assunto eu acrescentaria que é extremamente importante a Banda já ter uma idéia de como vai querer que o som seja mixado, ou seja, definir a personalidade do disco antes de entrar no estúdio. Som visceral e orgânico, versus efeitos e trucagens. É extremamente importante também atentar para uma captação sonora de qualidade, que pode poupar muito tempo e dinheiro evitando correções posteriores desnecessárias. Mas com certeza você vai falar disso melhor do que eu, em futuros posts nesta coluna. Tudo de bom pra você e seus leitores…
a maioria das bandas se perdem nesse processo, são épocas mto confusas.
Ótima escrita! Informação clara e de qualidade. Parabéns pela postagem!
cara gostei muito da postagem, bem legal… tava precisando de uns conselhos como esses! espero q fale sobre equipamentos de audio nesessário para montar um estudio, blz?
abração amigo! gostei mesmo… J.B. Teresina – PI
Parabéns sérgio!!!! linguagem direta, sem muitos termos técnicos(q não conheço!!rsrs). eu como baixista vou fik ligado por aki. um aprendizado msm..estou com uma galera que gosta de fazer instrumental e estamos pensando em fazer a lgumas gravações. minha fonte já encontrei!! hehe!!! abração cara!!
Muito legal, Sergio! Parabéns! Vamos acompanhando daqui!
Grande Sergio,
Ótimo artigo, e é um prazer tê-lo aqui no Overdubbing! Pode ter certeza de que formaremos um time que ainda será muito útil a esse mercado! Sempre com humildade, mas com um sonho na cabeça, e é isso que tem que nos mover! Música é emoção e não podemos nos esquecer disso, meu camarada!
Um grande abraço!
André
Boa Sergio!
Show de bola!
[…] um pouco o papel de cada um nas etapas da produção de um disco (pegou o bonde andando? vem aqui e aqui), agora vou falar um pouco sobre alguns termos que circulam dentro dos […]
Realmente essas definições são confusas.
Excelente texo!